Buri: cidade base para muitas aventuras ecológicas no interior de Sampa, quase pertinho do Paraná! Com o maravilhoso Cânion Pirituba!

Não é segredo que eu e o maridão amamos cada vez mais os roteiros ecológicos! Quanto mais verde, mato, bichinhos, rios, cachoeiras e vistas maravilhosas, melhor!

Desta vez, como era feriado de Carnaval, quisemos aproveitar o período e, meio em cima da hora, fui caçar opções na internet. Tudo caríssimo!! Eis que me deparei com um anúncio do AirBnb (praticamente só uso o site para minhas hospedagens) falando de uma fazenda com hospedagem, na cidade de Buri, no interior de Sampa. E que ainda oferecia, além das trilhas do local, com natureza e observação de pássaros (esta é gratuita), também passeios guiados (com valor a parte, claro) para o Cânion Pirituba! Nem acreditei, ate porque, estava doida pra conhecer esse lugar! Com preço excelente ainda, natureza e piscina! Bora lá pra Buri, na Fazenda e Camping Garibaldi, fechando o passeio guiado!

A cidade, pouco conhecida ainda, fica a mais ou menos 220 km de Sampa. Como era feriadão de Carnaval, saímos de casa as 05:30 da matina! E, pasmen, pegamos o caminho todinho livre, chegando na cidade umas 09:00 hs. Aliás, a estrada em si tem visuais maravilhosos!! Muitas plantações lindas, paisagens, etc. Realmente provando que o caminho é tão importante quanto o destino!

A cidade de Buri e a Pousada Fazenda e Camping Garibaldi

Como chegamos antes do horário de check-in, aproveitamos o dia para dar uma volta na cidade! Bem pequena e interiorana, mas com um clima simples e aconchegante. O principal ponto turístico da cidade, é a Praça do Tubarão, muito bem cuidada. Fica cheia de moradores pescando. Inclusive, o logo do Tubarão está em toda a cidade, praticamente conhecida por ele.

Também ao lado da praça e da pousada, cortando a cidade, está o Rio Apiaí Guaçu, bom para contemplação. Dizem que as vezes alguém arrisca descer de boia-cross por ele.

A cidade, aliás, tem opções bem simples de lanchonetes e restaurantes. Algumas mercearias bem estilo interior, mercadinhos pequenos, etc. Como a pousada não oferece refeições, mas tinha frigobar no quarto, eu e o maridão abastecemos com bebidas, comidas frias e compramos muito pão e frios na cidade!

Depois de entrarmos na pousada, aproveitamos para fazer a trilha interna, que é curta, mas tem uma paisagem bem bacana, muitos pássaros e uma estação de trem de carga. Bem bucólica.

Na parte da tarde, com o solzão e calor, curtimos a piscina do local, que era deliciosa, bem grande super limpa.

A noite, fomos dar uma volta no centrinho e, claro, tinha movimento na praça, carnaval e tal. Mas, bem bem tranquilo e pouco movimentado. Com algumas barraquinhas de comida e bebida, com preço convidativo. Esperava mais agito do carnaval, mas como não gostamos muito, para a gente foi ótimo!!

O passeio até o Cânion Pirituba e Cachoeira do Palmito Mole ou Invernada

Dia de acordar cedo para o passeio mais esperado! O Vinicius, guia a Fazenda Garibaldi, nos pegou cedinho para partir rumo ao nosso destino, Bom Sucesso de Itararé, que fica a mais ou menos 100 km de Buri. Longinho, mas o visual da estrada compensa qualquer coisa! Ainda mais que não sou eu dirigindo e pude curtir a vista!

Confesso que esse passeio é bem legal que seja feito com Guia. Eu e o maridão teríamos muita dificuldade de encontrar a entrada para o Cânion, já que não há muita informação sobre. A entrada em si, que parte da estrada, se dá por uma estrada de terra, localizada numa propriedade particular. Mas o acesso é permitido.

Bom, hora de estacionar e andar uma pequena trilha para ser surpreendido por uma vista de tirar o fôlego! Com o guia, ele nos mostrou todas as opções de vista e mirantes, para vermos o Cânion Pirituba, a Pedra do Índio e a lindíssima Cachoeira do Palmito Mole ou Cachoeira da Invernada (ela tem ambos os nomes) em toda a sua plenitude. Sensacional! Para tirar muitas fotos e contemplar até cansar (o duro é que não cansa, rsrs).



Depois de ver essa linda vista do alto, o lance era ver “embaixo”. Nosso guia nos levou através do Cânion e pequenos trechos de seus paredões, por uma trilha cujo destino era a piscina natural formada pela Cachoeira do Palmito Mole ou Invernada! Mais uma vez, o guia fez a diferença! Certamente não encontraríamos o caminho até o local, ou, no mínimo, teríamos muitas dúvidas.

E a trilha é linda! Muito verde, pedras, pássaros, paisagens de mata! Um show! Em determinado temos que atravessar um riozinho, que tanto pode ser pelo tronco de árvore do alto (que não quisemos arriscar) quanto pela água, já que é bem rasinho.

Depois de andar uma trilha de nível médio/fácil (mais difícil é a volta) chegamos na piscina natural da Cachoeira. De tirar o fôlego! Acabamos não entrando na água, que estava geladíssima (acho que talvez seja o motivo de ter também o nome de Invernada) e como também não dá pé.. melhor só apreciar!! Relaxar, contemplar e descansar para a volta que é mais sofrida!

Mas amamos, foi melhor do que eu esperava! Lindo demais esse espetáculo da natureza!

Cachoeira das Três Quedas e Cachoeira Véu da Noiva

Ali do ladinho do acesso principal, ao Cânion, tem outra estradinha de terra, permeada pelas plantações de pinus (que, aliás, se espalham literalmente por todos os cantos), que levam a duas cachoeiras lindas! Também estávamos com o guia e, o acesso a ambas é bem fácil. São lindas, foram piscinas naturais ótimas para banhos e, nas Três Quedas, além a piscina natural, e possível atravessar, por cima dela, de um lado a outro, além de ver os pequenos panelões.

 

Pena que ficam superlotadas no final de semana, o pessoal da cidade, literalmente acampa em volta, faz churrasco, etc. O lance é chegar bem cedo, para apreciar um pouco de sossego!

Rio Verde e Parque da Barreira

Em direção a Itararé e Itapeva, a mais ou menos 100 km de Buri, na estrada, já avistamos o lindo Rio Verde!

Antes de chegar em Itararé, na região de Itaberá, fica o rio. Pode colocar no gps Lanchonete Rio Verde, e o acesso vai ser facinho, fica bem pertinho da estrada. O lugar é perfeito para curtir o rio, tomar banho nas “panelas” e poços do rio. Um visual maravilhoso!

E ao meio-dia, o rio realmente fica bem verdinho, com o reflexo do sol batendo na água!

Andamos um pouco e conseguimos encontrar um local tranquilo, sem ninguém, bem ao lado da cachoeira pequena que se forma, nas margens. Uma delícia, não dava vontade de ir embora!

 

Saindo dali, em direção á Itapeva, fomos ao Parque da Barreira. Um lugar que eu queria conhecer muito ali, dado o visual assim meio misterioso e com cara de jogo de games!  Nesse parque, fica a Gruta da Santa ou da Barreira!

 

O local é um Parque, com trilhas e escadarias que, de um lado, levam à gruta em si, e de outro, a uma cachoeira que passa por entre os paredões, dando um visual bem doido!

Também no parque, é possível fazer uma trilha em meio à mata ciliar, e encontrar o pontilhão do antigo trem sorocabano, que passava pela região.

Eu achei o visual de tudo incrível, mas poderia estar um pouco mais bem cuidado, principalmente na parte das escadarias que levam á cachoeira, para dar mais segurança.

Parque Intervales

Essa foi minha grande decepção na viagem! É sabido que este é dos parques mais bonitos e importantes do interior de Sampa, com centenas de grutas, trilhas e cachoeiras.

O acesso a ele, inclusive, se dá por 18 km de estrada de terra, relativamente boa, apenas com um ou outro buraco a mais. Chegamos ao parque e, realmente, dá para ver muito mato em volta, o que só aumentou as expectativas. É cobrada uma entrada de 20,00, que pagamos sem problemas.

O problema foi que, as duas trilhas autoguiadas, são praticamente nada, e levam apenas a uma pequena vista e a um lago. Bonitos, mas nada perto do que gostaríamos de ver. O restante do local, as grutas, cachoeiras etc, são apenas com guias que cobram 150,00 por passeio! Com pagamento somente em dinheiro!

Como estávamos somente eu e o maridão (os grupos podem ter, no máximo, 8 pessoas), o valor ficava bem pesado. E a grana já tinha acabado! Ou seja, 18 km de terra depois, na porta de um dos lindos lugares preservados de Sampa, só que sem poder conhecer as coisas bacanas. Mesmo as grutas que estavam, literalmente, a 500 metros da entrada. Uma pena realmente. Sou super favorável ao trabalho do guia, a uma taxa de conservação, etc.. mas… nesse caso, bastante extorsivo. Foi super, super frustrante!

 

São Miguel Arcanjo

Depois dessa chateação, o jeito foi, para não perder viagem, além de apreciar as lindas estradas da região, que tem um visual lindo, foi dar uma parada na cidade de São Miguel Arcanjo, para conhecer algo das uvas famosas da região e provar o tal bolinho de frango, que tanto se fala por la. Vende, literalmente, em tudo que é lugar!

A cidade é bem charmosinha mesmo, com algumas propriedades que focam na plantação e uvas, venda de produtos e sistema colha e pague.

Paramos numa lanchonete para provar o tal bolinho (que é bem parecido com coxinha, porém com massa de fubá) e comprar algum produto de uva local. O sistema colha e pague nem tava valendo a pena, pois, por conta do feriado, não havia mais nada quase a colher.

A viagem super valeu a pena, um visual lindo, diferente do habitual de interior que estamos acostumados! Dificíl até de acreditar que estávamos em Sampa.

Super, super recomendo!!! Amei!